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sábado, 4 de abril de 2015

Por que a oposição vai fracassar diante do PT?

Charge vampirada do www.chargeonline.com.br
Dejanir Haverroth

O auge da batalha já passou. A oposição jogou todas as cartas para derrubar a presidente Dilma e o PT do poder. Agora terá de assistir de camarote o Partido dos Trabalhadores se levantar. Esse partido é como uma arvore de raízes profundas e insistentes. Não se pode extermina-la apenas cortando seus galhos. Por mais que cortem até o tronco, as raízes profundas a faz brotar e se refazer rapidamente.
Estão tentando aplicar veneno sistêmico, que penetram até as raízes, mas não deu certo porque está abalando todo o “ecossistema” político, mas o PT continua forte. O que esta acontecendo no Brasil é uma guerra entre a situação e a oposição. Eu disse GUERRA! Sim, isso mesmo. A diferença em entre uma guerra convencional é a ausência de armas, mas as táticas e os princípios são os mesmos.
Os sinais de fracasso da oposição já são evidentes e as baixas de capitães começam a aparecer. A questão é: por que a oposição vai fracassar? Vou comentar minha teoria em um breve texto, sem entrar em detalhes, mesmo que pareça ingênua e superficial.  

>>> A oposição está desesperada e tenta mais uma investida para derrubar Dilma – o manifesto do dia 12/04. Se fracassar, o que é bem provável, certamente vai cair no descredito e perder o restante de seus capitães. A oposição não tem cacife para bancar uma frente de batalha por tanto tempo. Principalmente porque custa caro manter comandantes mercenários. Dilma e o PT têm o apoio popular e isso os garante no poder por esses quatro anos de mandato e os credencia para disputar outro oito anos. O que não será nada difícil. “quem viver verá”.

>>>Para organizar a oposição, é preciso atender os interesses dos “capitães” dos grupos organizados. Alguns soldados podem até ir para a rua de maneira voluntária, por acreditar em mudança. Mas quem os comanda só vai por dinheiro. Nenhum dos “capitães” está lá “de graça”. Já os comandantes do PT vão por acreditarem na causa - vão por paixão.

>>> É muito desmotivador lutar por uma causa que não se acredita, movido apenas pela razão econômica. Veja esse exemplo de baixa, sofrida pela oposição: “A líder do grupo (vem pra rua), Débora Albuquerque, foi duramente criticada ontem (01/04) após gravar um vídeo dirigindo e sem cinto de segurança. Logo após esse episodio voltou às redes sociais para dizer que estava difícil aguentar a pressão e que ‘o PT era muito unido’”.

>>> O exército da oposição não é homogêneo. Ele tem interesses diversos e é composto de grupos com ideologias diferentes. Com muito esforço tentam regimentar soldados e até conseguem alguns, mas seus comandantes precisam ser bem pagos, senão desistem fácil. Seus líderes são meros mercenários sem causa, que buscam o despojo. A ideologia é fraca, como uma árvore de raízes superficiais – não têm resistência.  A fragilidade da ideologia requer um reforço no orçamento. Sem o apoio necessário para as frentes de batalha, não conseguirão êxito.

>>> “Ninguém vai à guerra a suas próprias custas” (bíblico). O PT vai. Os soldados do PT vão á batalha sem precisarem ser chamados. Cada petista assume o papel de sargento ou capitão e vai á luta. Ele sabe que, se olhar para o lado e ver outro soldado com a mesma “farda”, tratam-se de um companheiros e comungam do mesmo ideal. Existe homogeneidade. Existe ideal.

>>> Os opositores do poder querem o apoio popular, mas não conseguem o suficiente para conquistar vitória. Isso porque eles não estão do lado do povo. São contra o “Mais Médicos”, contra o “Bolsa Família”, contra “Cotas Raciais”, contra a “Lei da Homofobia”, a favor da “Redução da menoridade penal”, etc. Essa é outra lição de “O Príncipe”. Ou você agrada os poderosos ou o povo. Os ricos querem ter poder para oprimir, e o povo só não quer ser oprimido. Como a oposição vai ganhar apoio popular empunhando o pavilhão dos poderosos?

>>> Outro erro é cercar uma “cidade murada”. O PT hoje, no poder, é como uma cidade murada. Qualquer exército que queira vence-la, mesmo conseguindo sitiá-la, terá problema de custos, baixas, tempo e, principalmente a falta de motivação da tropa. A “moral” fica abalada diante dos resultados ruins.

>>> Por outro lado, a Dilma agiu corretamente. “Todos o mal que for fazer, faça de uma vez. De preferencia no inicio de um mandato”. Ela fez as mudanças necessárias com os impostos, investigações, prisões de “peixe graúdo”, aumentou a gasolina, etc. Depois desse período turbulento, terá muito tempo para corrigir as coisas e reconquistar a credibilidade. O PT tem quatro anos para mudar a opinião pública a seu favor e reeleger o sucessor de Dilma. 

>>> A oposição, ingenuamente acreditou que conseguiria o impeachment de Dilma. Mas não vai conseguir. Só vai fazer com que Dilma se fortaleça ainda mais. Quando acabar essa onda de ataques da oposição, o PT vai estar mais fortalecido do que nunca.

>>> Veja o que disse o senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP): "Não quero que ela saia, quero sangrar a Dilma". Essa afirmação de um dos líderes da oposição é, na verdade, um grande erro para as regras da batalha. Ele foi prepotente. Nenhum líder fica “sangrando” por muito tempo. Um líder ferido recua, se fortalece e retorna para a batalha mais forte ainda. “Numa batalha, se deve ferir e deixar sangrar os soldados inimigos, mas nunca um líder. O líder deve ser exterminado” (regra d e guerra).

>>> Mais uma de Machiavel: “Não se pode simplesmente pedir a cabeça do príncipe sem que haja outro líder “melhor” para apresentar”. A maior verdade é que a oposição não tem um líder forte, carismático e com moral para enfrentar o PT. “Se os ricos querem eleger um “príncipe” que os represente, precisa criar um que ganhe a confiança do povo”. A oposição não tem esse nome.

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