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quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

Anatomia Política – 06 de dezembro de 2015

Dejanir Haverroth

A bandeira levantada pelo Senador Ivo Cassol no Senado Federal, que busca a liberação de um medicamento de combate ao câncer, ganhou grande repercussão em Rondônia e no Brasil. Antes disso, seu mandato parecia passar em branco aos olhos de seus eleitores. A revista Enquete entrevistou mais de 10 mil pessoas, no mês de outubro, para avaliar os políticos de Rondônia. Cassol cresceu 20 pontos em relação ao mesmo período do ano passado, na aceitação popular. Os entrevistados citam a intervenção do Senador a favor do medicamento Fosfoetalonamina sintética como sendo sua maior ação parlamentar naquela casa de leis.
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O Senador Acir Gurgaz, considerado um dos 100 políticos mais influentes do Congresso Nacional, está uma das mais importantes missões daquela casa nos últimos dias: relator das contas do governo. Há um parecer que recomenda a rejeição das contas de 2014 do governo, a conhecida “pedalas fiscais”. Isso dá a Acir um dos maiores poderes daquela casa, porque é em cima dessa questão que será julgado pelo Congresso se haverá, ou não, o impeachment de Dilma.
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Parece um filme já visto pelos rondonienses. Em 1992, Fernando Collor sofreu impeachment, e dois senadores de Rondônia protagonizaram papéis importantes naquela ocasião. Odacir Soares era o líder de Collor no Senado e o defendeu até o último momento. Amir Lando, o algoz, foi o relator da CPI do orçamento, e seu parecer culminou no impeachment de Collor.
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Desta vez parece que as coisas vão ser diferentes. É bem provável que os três senadores de Rondônia permaneçam do mesmo lado, ou seja, em defesa da manutenção da democracia e da permanência de Dilma na presidência.
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Para as eleições do ano que vem, alguns partidos se preparam para conquistar território, já que as eleições municipais servem de fundo para as eleições gerais, que ocorrem dois anos depois. Em Rondônia, os partidos já estão se articulando - filiando candidatos com potencial de eleição e fazendo acordos de coligações. Com a mudança da legislação eleitoral, só é possível compreender as configurações da próxima eleição depois do dia 02 de abril, prazo final para as filiações.
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Em uma análise demasiada prévia, pode-se dizer que O PMDB de Rondônia vai aumentar o número de prefeituras e de representantes nas câmaras de vereadores. Atualmente o partido tem 15 prefeituras e, mesmo perdendo algumas onde não consegue emplacar um sucessor, deve aumentar para 18 prefeituras. O PT tem seis prefeituras, vai perder quatro delas, mas vai ganhar outras cinco, podendo ficar com sete.
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Os partidos que também aumentarão o numero de prefeitura são: PDT, PV, PSDB e PSD. Quem mais vai perder é o PP e o PSB. Esse último não é pela quantidade, mas pela importância. O PSB tem as duas maiores cidades de Rondônia – a capital, onde Mauro Naziff está mal das pernas, e Ji-Paraná, onde o atual prefeito, Jesualdo Pires, embora esteja muito bem na opinião pública, não quer mais concorrer.
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Ji-Paraná deve eleger um prefeito do PDT, em 2016. Essa é a vontade do grupo do Senador Acir Gurgacz, e tem o apoio do PSB e das entidades comerciais CDL e ACIJIP. O provável candidato do grupo é o atual vice-prefeito, Marcito Pinto. Os grupos que comungam desse ideal estão coesos e contam com o apoio popular. Afinal, o município de Ji-Paraná vive um momento muito positivo em todos os aspectos. Isso graças à união desses grupos em torno de ideais futuristas para o município.
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Como eu disse, as eleições municipais servem de pano de fundo para as eleições gerais. Por isso os movimentos de um ano eleitoral mexe com todas as bases políticas, inclusive onde não há eleição. Por exemplo: alguns deputados pretendem disputar prefeituras e, caso ganhe, sobra uma cadeira no parlamento a ser ocupado por um suplente. Esse suplente, sabendo disso, vai se empenhar para que o colega se eleja a prefeito.
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Pelo menos quatro deputados estaduais podem disputar prefeituras em Rondônia, e todos com chance de se eleger. Em Vilhena, Luizinho Goebel (PV) e, possivelmente, Rosangela Donadon (PMDB). Em Ariquemes, Adelino Follador (DEM). Em Cacoal, Glaucione Rodrigues (PSDC). Em Pimenta Bueno, Kleiton Roque (PSB). Em Porto Velho a Deputada Federal Mariana Carvalho (PSDB) deve concorrer a prefeitura, com grande chance de eleição.
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Em uma matéria publica nesta edição, na página 16, intitulada “Os cinco maiores erros cometidos por políticos”, a jornalista Tuannhy Haverroth expos com propriedade, e apontou como sendo o maior dos erros, o “ego”. Muitos políticos colocam o “eu” acima do “nós”. A sua missão é consigo mesmo, não com o outro. Não há uma cousa. A causa é “ele”.
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No ano que vem tem eleições. Se você é político, se atente pra isso. Busque a sua missão e a coloque acima de você. Quando fizer isso, vai perceber que tudo abaixo disso mudará automaticamente, ou exigirá de você atitudes para mudar - seus valores, sua competência e seu comportamento. Se você é eleitor, fique atento. Políticos “egóicos” não costumam ser bons representantes.  

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