As pessoas que mais contribuíram para a evolução dessa sociedade que conhecemos não morreram de overdose. Morreram assassinados por quem deveria morrer de overdose. Cito só os mais importantes porque a lista é grande: Jesus Cristo; Ghandi; John Lennon; Zumbi dos Palmares, Sepé Tiaraju, e muitos outros.
Sempre fui fã das músicas e da irreverência de Cazuza por questões políticas. Mas, quando se abriu as cortinas da vida real do maluco, confesso que fiquei um pouco decepcionado.
Recebi, nesta semana, um e-mail enviado pela amiga Angela Gil, advogada renomada de Rondônia. No texto (transcrito abaixo na íntegra) ela comentou o filme da Cazuza. Concordo com ela.
“Vou repassar porque concordo em gênero, número e grau.
Assisti ao filme e, embora concorde que as letras das músicas do Cazuza são bonitas, seu comportamento foi péssimo...Tanto que teve um fim trágico.
Aliás, se um filho falasse para mim igual ele falou a mãe dele (xingando de vadia e outros palavrões do gênero), eu lhe daria um belo tapa na boca...rs
Entretanto, existem filmes piores sendo exibidos. O importante é que nossos filhos (e netos) sejam bem orientados, para poderem melhorar este mundo, que já se encontra com valores tão invertidos...Basta vermos as atitudes de nossos políticos...Esses sim, tem maior visibilidade e influenciam pessimamente nossos filhos...
Mas fazer o que? Educar filhos na época atual não é fácil...A gente erra tentando acertar, mas pelo menos temos que tentar, sem deixar que façam o que bem entendem.
Boa semana para todos.”
Beijocas
Angela Gil
Uma psicóloga que assistiu ao filme sobre a vida de Cazuza, “O tempo não pára”, escreveu o seguinte texto:
“Fui ver o filme Cazuza há alguns dias e me deparei com uma coisa estarrecedora.. As pessoas estão cultivando ídolos errados. Como podemos cultivar um ídolo como Cazuza?
Concordo que suas letras são muito tocantes, mas reverenciar um marginal como ele, é, no mínimo, inadmissível.
Marginal, sim, pois Cazuza foi uma pessoa que viveu à margem da sociedade, pelo menos uma sociedade que tentamos construir (ao menos eu) com conceitos de certo e errado.
No filme, vi um rapaz mimado, filhinho de papai que nunca precisou trabalhar para conseguir nada, já tinha tudo nas mãos. A mãe vivia para satisfazer as suas vontades e loucuras. O pai preferiu se afastar das suas responsabilidades e deixou a vida correr solta.
São esses pais que devemos ter como exemplo?
Cazuza só começou a gravar porque o pai era diretor de uma grande gravadora..
Existem vários talentos que não são revelados por falta de oportunidade ou por não terem algum conhecido importante.
Cazuza era um traficante, como sua mãe revela no livro, admitiu que ele trouxe drogas da Inglaterra, um verdadeiro criminoso. Concordo com o juiz Siro Darlan quando ele diz que a única diferença entre Cazuza e Fernandinho Beira-Mar é que um nasceu na zona sul e outro não.
Fiquei horrorizada com o culto que fizeram a esse rapaz, principalmente por minha filha adolescente ter visto o filme. Precisei conversar muito para que ela não começasse a pensar que usar drogas, participar de bacanais, beber até cair e outras coisas, fossem certas, já que foi isso que o filme mostrou.
Por que não são feitos filmes de pessoas realmente importantes que tenham algo de bom para essa juventude já tão transviada?
Será que ser correto não dá Ibope, não rende bilheteria?
Como ensina o comercial da Fiat, precisamos rever nossos conceitos, só assim teremos um mundo melhor.
Devo lembrar aos pais que a morte de Cazuza foi consequência da educação errônea a que foi submetido. Será que Cazuza teria morrido do mesmo jeito se tivesse tido pais que dissesem NÃO quando necessário?
Lembrem-se, dizer NÃO é a prova mais difícil de amor .
Não deixem seus filhos à revelia para que não precisem se arrepender mais tarde. A principal função dos pais é educar.. Não se preocupem em ser 'amigo' de seus filhos..
Eduque-os e mais tarde eles verão que você foi à pessoa que mais os amou e foi, é, e sempre será, o seu melhor amigo, pois amigo não diz SIM sempre.'
Karla Christine
Psicóloga Clínica