*Dejanir Haverroth
A “quase” reforma política do Congresso chegou a assustar, e ainda não
acabou. As poucas mudanças já farão diferença. Assim que forem concluída e
aprovadas todas as mudanças, farei uma coluna analisando o quadro político de
Rondônia à luz das novas regras. Por enquanto ainda está “nublado”.
>>>
Cacoal – Depois da “Plateias” a poeira começa a assentar em Cacoal. O
povo agora entende o que estava acontecendo lá e se prepara para virar o jogo e
fazer tudo novo em 2016. A Deputada Glaucione Nery está bem cotada, mas pode
ter concorrente de peso. Um dos médicos mais queridos da cidade, Claudemir
Borgui, pode ser o candidato do PMDB.
>>>
A favor de Claudemir Borgui, além do carisma, fama de bom moço e
caráter inquestionável, é sua militância na saúde. O povo reconhece a dedicação
do médico pela melhoria da saúde pública no município. A população de Cacoal
sente saudade do PMDB que governou a cidade nos tempos áureos, que também tinha
uma bancada de vereadores muito atuantes.
>>>
Dúvida – Parece que não é certa a candidatura de Glaucione, agora com
as novas regras da reforma política (especialmente a não reeleição para o
executivo). Existem pessoas próximas a ela que consideram a possibilidade da
deputada recuar nesse projeto. “Deixar um mandato tranquilo, como é o de
deputado, para assumir uma prefeitura, correr o risco de ficar inelegível por
“bobeira” é uma decisão que precisa ser bem pensada”, defendeu um de seus
aliados em Cacoal.
>>>
Vilhena – O PMDB sofre uma das piores crises da história na cidade. A
disputa pelo controle do partido ocorre no seio da família Donadon. De um lado
o presidente da Câmara de Vereadores, Junior Donadon, vereador eleito pelo
partido, foi candidato a Deputado Federal, e presidia o partido até este mês de
junho. Do outro lado a Deputada Estadual Rosângela Donadon, apoiada por Melki e
por Marcos.
>>>
Na queda de braço Rosângela Donadon ganhou, mas o partido está dividido
em três grupos em Vilhena. Um grupo ligado ao Melki, outro ao Junior e um
terceiro grupo não apoia nem um, nem outro. Continuam no PMDB, mas não
compactuam com nenhum dos atuais líderes do clã. Tem apenas um nome que poderia
unir o PMDB no Conesul e dar a cadência – Natan Donadon. Apesar de estar preso
na Papuda, em Brasília, Natan continua sendo o maior líder político da região.
>>>
Jaru – A prefeita, Professora Sônia (PT), “ressuscita” politicamente
depois da prisão do presidente da câmara por, supostamente, achaque. Pelo menos
agora ela tem discurso e pode jogar a culpa de seus insucessos administrativos
em alguém. Ela começa a ver uma luz no final do túnel da reeleição, mas tem muito
que ajustar. Seu maior adversário, segundo seus eleitores, é ela mesma. “Ela
precisa baixar a bola e vencer o orgulho e a vaidade”, me disse um amigo
petista de Jaru, em tom de desabafo.
>>>
Pimenta - Pimenta Bueno vive um momento de aparente calmaria. A família
Mendonça se articula para se manter no poder, desta vez com o apoio do PMDB
desde o início. O maior desafio para o grupo está nos bastidores. Se a
“costura” for bem feita, elimina metade da força adversária. Caso contrário, um
grupo muito forte pode se levantar e ameaçar a reeleição.
>>>
Jean Mendonça tem a chance de unir, em um só palanque, uma legenda
imbatível: Além de seu partido (PTB), poderá trazer o PMDB, o PSB, o PDT e até
o PT. Se isso acontecer sobra muito pouco para a oposição. Porém, se não der
certo, três partidos com expressividade política poderão estar juntos no
palanque da oposição – PSB, PDT e PT.
>>>
O PMDB também é forte em Pimenta, mas sofre os problemas internos de
conflitos de egos. Qualquer um membro do PMDB que queira ser prefeito de
Pimenta terá que se preparar para duas disputas, ambas difíceis – a interna –
com os companheiros de partido – e as urnas. É certo que o partido continue
coadjuvante em Pimenta, por enquanto com o PTB.
>>>
Em visita a municípios do interior do Estado, ouvi muita “choradeira”
de prefeitos. As arrecadações diminuem a cada mês e, de maneira inversamente
proporcional, as despesas aumentam. Os cortes nos gastos são inevitáveis, mas
nem sempre possíveis. Tem muito prefeito querendo jogar a toalha e abandonar a
política. Além disso, segundo eles, há muita perseguição do Ministério Público
e qualquer erro pode custar caro.
>>>
Eu afirmo sempre que política é “a arte do relacionamento”. A cada dia
a história comprova isso. Nos municípios onde os gestores mantém um bom
relacionamento com o Ministério Público não há perseguição ou pressão. Existe,
sim, parcerias e cooperação. Não estou falando de relação “promiscua”. Estou
falando de relação cordial, troca de informações, orientações. O que mais
atrapalha os relacionamentos entre os poderes são os seguintes amigos: o ego, a
arrogância, a prepotência e o orgulho. Cada prefeito tem, no mínimo, um desses
“amigos”.
>>>
É claro que um bom relacionamento é uma “via de mão dupla”, depende de
ambos os lados. A queixa de alguns prefeitos é que eles não têm chances de manter
um bom dialogo com o MP. Nesse momento entra as estratégias de comunicação.
Existem técnicas de comunicação que permitem quebrar barreiras e criar
relacionamentos saudáveis e socialmente construtivos.
Dejanir Haverroth - Bacharel em Comunicação Social, especialista em Ciências Políticas, especialista em Assessoria de Comunicação, Trainer Internacional em PNL, Praticante de Coaching Quântico Sistêmico e COACH Político – Certificados reconhecidos por três entidades internacionais.