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terça-feira, 29 de maio de 2018

IRPE divulga pesquisa da eleição suplementar de Vilhena


O IRPE concluiu hoje, dia 29, ao meio dia, a pesquisa de intenções de votos para as eleições suplementares de Vilhena. O fechamento aponta em empate técnico, com pequena vantagem ao Japonês da granja.  Na sexta-feira, dia 01/06, o IRPE divulgará nova pesquisa.
A pesquisa foi registrada sob Número de identificação: RO-06758/2016. Data de registro: 23/05/2018 Data de divulgação: 29/05/2018. Data de início da pesquisa: 28/05/2018 Data de término da pesquisa: 29/05/2018. Entrevistados: 480. Estatístico responsável: Tuannhy Rozeira Haverroth CONRE: 10552. A empresa fez a pesquisa por conta própria.
Os dados foram colhidos através de amostragem Sistemática e estratificada, com aplicação de formulário em entrevista direta, in loco, aos eleitores do município de Vilhena/RO. O formulário continha questões estimuladas que resultam em dados quantitativos. O intervalo de confiança é de 95% e a margem de erro é de 2%.

Veja a tabela com os dados simplificados. (gráfico em anexo)

Pesquisa de 28 e 29/05
Em quem vota p/prefeito
Total
Eduardo Japonês
45,9
Rosane Donadon
44,4
Indeciso
2,5
Branco/Nulo
7,2
100,0


domingo, 27 de maio de 2018

Melki Donadon – focado no erro!

Um breve relato dos últimos 20 anos da biografia política de Melki Donadon

Poucos conhecem a verdadeira história política da família Donadon, outrora uma das mais promissoras de Rondônia e que, nos últimos 20 anos, amarga sucessivas derrotas judiciais e nas urnas. O líder, Melki Donadon, é uma figura carismática e tem um perfil bem pragmático, próprio do gestor público que agrada a grande maioria dos eleitores. Apesar dessas qualidades, sua prepotência tem levado a família, e seus seguidores, a consequências de erros consecutivos de estratégia.

A decadência começou há 20 anos, em 1998, com uma desastrosa candidatura ao governo. Depois de renunciar a prefeitura de Colorado do Oeste, em 1996, e se eleger prefeito de Vilhena com a promessa de não renunciar ao mandato, Melki abandona seus compromissos políticos e inicia a sua escalada ao governo. Seu principal compromisso era com a população de Vilhena, que lhe confiou um mandato. Depois, seu compromisso político era com o governador da época e seu principal padrinho político, Valdir Raupp, a quem traiu.

Existe uma regra entre os políticos que jogam com o poder: Traição não tem perdão! Costumo falar em minhas oficinas, que tudo se perdoa na política, menos a traição. Cito o exemplo do Mestre, quando veio ao mundo anunciar o Reino de seu Pai. Ele perdoou prostitutas, ladrões e assassinos, mas o seu traidor, Judas, até hoje, todos os anos, é enforcado e espancado pelo povo. Com traidor, na política, é assim!

Valdir Raupp tinha uma reeleição garantida e confiava na aliança com Melki Donadon, uma expoente liderança estadual. Porém, o tal de “olho gordo” de Melki pôs tudo a perder. Com o grupo dividido, Melki e Raupp perderam a eleição para José Bianco. Mas não foi apenas isso. Essa derrota custaria a família Donadon graves consequências que durariam mais de 20 anos.   

Para entendermos melhor, vamos voltar um pouco no tempo. Em 1994, quando ainda era prefeito de Colorado, Melki conseguiu eleger seu irmão caçula, Marcos Donadon, a deputado estadual. Com o governador sendo aliado, conseguiu fazer do menino, de apenas 22 anos, o presidente da Assembleia Legislativa do Estado (ALE-RO). Dali sairiam os recursos para bancar a campanha a governo em 1998.

Em uma licitação fraudulenta, comandada pelo jornalista Mario Calixto, do extinto jornal O Estadão do Norte, a ALE, comandada pelo “menino” Marcos Donadon, conseguiu desviar recursos que bancariam a campanha a governo de Melki Donadon. A operação financeira implicou, no ano seguinte, na prisão ou indiciamento de dezenas de pessoas. Dentre os indiciados, o próprio deputado Marcos Donadon e seu irmão Natan Donadon, diretor financeiro da ALE naquela ocasião. (Sobre as consequências disso falaremos mais adiante).

Marcos Donadon conseguiu se reeleger deputado estadual em 1998, mas Natan Donadon, que concorreu a deputado federal, não conseguiu por falta de legenda, apesar de ser o 3º mais bem votado do Estado. Os erros de estratégia não se limitaram a candidatura ao governo, mas também para deputado federal. Caso Melki se aliasse ao Raupp naquele ano, teria elegido o governador e feito um deputado federal na família, além de se manter na prefeitura de Vilhena.

Mas é assim. Política é um jogo. Erramos e aprendemos. Mas não é assim com Melki. Ele erra e depois erra novamente. No ano de 2000 ele se elegeu prefeito de Vilhena e cumpriu, pela primeira e única vez um mandato inteiro. Em 2002 Marco Donadon se reelegeu deputado estadual, e Natan Donadon, desta vez pelo PMDB, ficou como suplente de Confucio Moura a deputado federal, apesar de ter sido o quarto mais bem votado do Estado.

Em 2004 Melki Donadon se lançou candidato novamente a prefeito, mas foi impedido pela justiça, por considerar que ele já havia sido reeleito (1996 e 2000). Na última hora Melki substituiu. Lançou seu primo de apenas 22 anos, Marlon Donadon, que concorreu com seu numero e sua foto na urna. Foi eleito.

O mandato de Marlon foi um desastre, tanto para o município de Vilhena, quanto para a família Donadon e ele próprio. O menino virou fantoche nas mãos de Melki, que comandava a prefeitura nos bastidores. Foi até impedido de se aproximar do paço municipal pela justiça, acusado de usurpação de poder. Marlon levitava entre festas e orgias, nas pontes aéreas Vilhena, Brasilia, Manaus e Coréia. O mandato lhe rendeu diversos processos que até hoje lhe tiram o sossego. Ainda em 2004 a família conseguiu eleger a irmã, Mirim Donadon, a prefeita de Colorado do Oeste. O mandato não foi bom, e ela não conseguiu se reeleger em 2008.

Em janeiro de 2005 Natan assumiu a vaga de Deputado Federal deixada por Confúcio Moura, e inicia uma carreira política louvável, tanto em sua postura ética quanto em suas ações. O perfil conciliador e dialético de Natan, somado a uma vontade grande de fazer a diferença, fez de Natan um dos mais importantes deputados federais de Rondônia naquele período e no mandato seguinte, que conquistou em 2006.

Ainda em 2006 Melki se lançou candidato ao Senado numa desastrosa tentativa do PMDB em retomar ao governo com Amir Lando. Melki ficou em terceiro lugar, perdendo para Expedito e Acir Gurgacz.

Em 2008 Melki se lançou candidato a prefeito de Vilhena para suceder seu primo, Marlon. Além do efeito negativo do mandato de seu primo, o outro erro nessa campanha foi a escolha da vice-prefeita. Ele preferiu sua esposa como vice a compor com o empresário Darci Ceruti. Isso lhe custou mais uma derrota. O empresário José Rover foi eleito prefeito de Vilhena. A família elegeu o irmão de Marlon, Junior Donadon, para um mandato na câmara de vereadores, que também seria cassado em 2016.

Em 2010 começou o inferno astral da família Donadon. As consequências dos erros de 1998 começaram a chegar para Marcos e Natan. Tentando se livrar de ser cassado, Natan renunciou ao mandato de deputado federal, mas foi reeleito no mesmo ano. Melki, apesar de ser a causa de todo o mal, passou ileso sobre os rombos da ALE de 1998. Ele foi candidato ao Senado em outro grupo político, mas foi derrotado novamente. Natan e Marcos foram eleitos por voto, mas não conseguiram cumprir seus mandatos. Foram cassados e presos.

Em 2012 Melki foi derrotado mais uma vez nas urnas para prefeito de Vilhena. Seus votos nem sequer foram contados, já que concorreu através de liminar.

Em 2016 Melki lançou sua esposa a prefeita e, desta vez, escolheu o empresário Darci Ceruti como vice. Foi um acerto, porque trouxe credibilidade à desgastada família. Darci, além de ser bem sucedido, tem uma excelente ficha de trabalhos prestados ao município. Acontece que Rosane não estava elegível, e apesar de ter sido eleita e conseguido assumir, o TSE cassou o seu mandato em abril deste ano (2018), e determinou que fosse feita uma eleição suplementar no município.

Agora, mais uma vez, a prepotência de Melki Donadon pode levar seu grupo político ao abismo. Melki insistiu na candidatura de sua esposa, Rosane, na eleição suplementar, mesmo contraria a orientação de vários juristas: “...quem dá causa a anulação de uma eleição não pode concorrer à eleição suplementar...”. Rosane já perdeu na primeira instancia e preferiu seguir com a candidatura às últimas consequências. Hoje, há sete dias do pleito, não há mais prazo para substituição. Isso pode lhe custar caro – jurídica e politicamente.

Melki Donadon tem um grande inimigo na política. É ele próprio. Em seus discursos Melki se coloca de vítima da justiça. Diz-se perseguido e injustiçado. Mas, na verdade, ele é vítima de sua ganancia e prepotência. É algoz, não apenas dele, mas de toda a sua família, seus fãs e aliados.

O seu potencial, e de sua família, poderia torná-los os maiores líderes políticos de Rondônia por 20, 30 ou 40 anos. Mas o tempo passou e a sua biografia mostra um homem previsível, focado no erro.

Para não ficar só nas críticas, se fosse possível eu daria um conselho ao Malki: “se quiser retomar seu caminho na política e resgatar seu legado, ainda dá tempo! Para isso terá que descer do salto, beber um copo de resiliência, alimentar-se de bons conselhos, planejar seu caminho, juntar o que restou de seu exército e retomar a caminhada. E, principalmente, você pode contrariar a justiça, mas nunca vá às ultimas consequências!"