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terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Anatomia política – 20 de Fevereiro/2013



Dejanir Haverroth*

Edição especial sobre VILHENA/RO

Na coluna de hoje vou falar sobre Vilhena no contexto político “eleições 2014”. Alguns fatos e outros boatos dos últimos dias em Vilhena promete levedar a massa. Já é possível prever alguma coisa.
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Fato - Hoje foi a eleição da mesa diretora da Câmara de Vereadores de Vilhena para o biênio 2015/2016. A oposição ao prefeito José Rover, liderada pelo vereador e advogado Junior Donadon, venceu com 60% dos votos. Vejamos algumas conclusões que poderão ser tiradas com o resultado.
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Líder - A primeiro coisa que vele observar é a habilidade do vereador Carmozino Taxista como político e seu prestígio com os colegas da casa. Foi manobra dele a eleição de Vanderlei Graebin para o primeiro biênio (2013/2014), e agora a eleição de Junior Donadon para o segundo biênio (2015/2016).
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Candidato - Outra conclusão que se pode tirar dessa eleição na câmara, é que Junior Donadon não será o candidato a deputado estadual da família Donadon no ano que vem. Certamente a família vai apoiar a candidatura do Secretario da SER/Conesul, Josué Donadon, Irmão de Melki, Natan e Marcos.
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Oposição - Com certeza Junior vai se preparar para concorrer á prefeitura de Vilhena, em 2016. Mas é um longo caminho, cheio de pedras de tropeços. Nos primeiros dois anos ele fará oposição a Zé Rover, mas de forma quase velada, com alguns rompantes, apenas para ficar na mídia.
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Pedreira - No segundo biênio, quando assumir a presidência da casa de leis, a configuração muda. Junior vai apontar todas as cataputas, lanças e flechas para a prefeitura. Porém, ele também terá telhado de vidro.
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Boato – As especulações sobre a candidatura de José Rover ao Senado no ano que vem ganhou as manchetes em Rondônia. Trata-se de um balão de ensaio. A possibilidade de essa informação ser verdadeira é remota, mas não impossível. Vejamos em quais contextos isso pode ou não acontecer:
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Vaga - Comecemos a avaliar pela única vaga ao Senado em 2014 e os partidos políticos. José Rover é do PP, de Ivo Cassol, que é senador e terá mais quatro anos de mandato sem precisar concorrer. O concorrente natural da vaga é o Senador Acir Gurgacz, do PDT, fortíssimo candidato à reeleição, amigo de José Rover, mas adversário histórico de Cassol.
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Acir - O Prefeito José Rover certamente não deixará dois anos de mandato na prefeitura de Vilhena para disputar com Acir Gurgacz uma vaga ao Senado. A possibilidade de Rover concorrer existe, mas isso se Acir não for candidato ao senado, e sim ao governo, e o apoiar ao senado.
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Manobra - Caso Acir Gurgacz se lance ao governo em 2014, terá que romper com o atual governo, onde a família Gurgacz goza das regalias de vice-governador e do DETRAN. É uma manobra arriscada, onde só um grupo teria certeza do despojo - o PP, de Cassol, oposição ferrenha ao atual governador.
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Estratégia - Caso essa manobra aconteça, a máxima “dividir para conquistar” estaria sendo muito bem usada pelo PP de Cassol. Com a candidatura de Gurgacz ao Governo, enfraqueceria o PMDB para as próximas eleições e ainda abriria uma vaga ao Senado. Nesse caso, o PP lutaria por essa vaga.
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Federal - Uma coisa é quase certa: Lisângela Rover deverá ser candidata a deputada federal em 2014. Segundo as analises quantitativas e qualitativas do quadro político do Conesul, caso Natan Donadon não possa se candidatar, Lisângela é a maior possibilidade de eleição de um representante da região no Congresso Nacional.

Dejanir Haverroth – Jornalista e pesquisador
 (69) 9975-8514

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

O "herança"



Até hoje carrego comigo um velho cobertor de lã, xadrez avermelhado, que me serviu de pelego nas noites de minhas andanças em Rondônia. Foi presente de meu pai, ganho dois dias antes de eu embarcar para Rondônia, há 25 anos. Hoje, dia 14/02, 25 anos e 10 dias de minha partida do pago, meu velho pai se foi.
O cobertor, que tanto me serviu, ganhou o carinhoso apelido de “herança” desde o seu primeiro dia comigo. Não com desdém e nenhuma relação aos parcos bens que o velho tinha. Mas pela importância daquele apetrecho para um gaudério.
Nos quatro meses em que fui andarilho em Rondônia, o cobertor me aquecia nas noites frias dos postos de gasolina e nas árvores dos canteiros da cidade, onde eu me escondia. Mais que aquecer o frio, o cobertor aquecia minha alma nos momentos de carência.
O cobertor apelidado “Herança” não foi a única coisa que ganhei de meu pai e que me serviu nos momentos mais difíceis da vida. A genética é muito mais poderosa que supúnhamos. O nosso maior traço de igualdade está na coragem, no arrojo, na franqueza, no caráter e na lealdade.
Nossas diferenças só eram vistas por nós mesmo, em momentos raros de discórdias. Ele organizado, sequenciado. Eu randômico, atirado. Ele conservador. Eu liberal. Mas tudo isso é normal pela diferença de idade.

Como homenagem póstuma ao meu pai, Lucas Haveroth, deixo um trecho de um poema de Moacyr Ayres.

Eu hoje perdi meu pai,
aquele que não tem mais
o seu pra dar um abraço,
que faça assim como eu faço
neste gesto reverente...
tire a rolha no dente
e ponha o primeiro trago
num recanto do galpão
esporeando o coração
com este modesto presente
que repontei do meu pago!...

E quando eu for no reponte
do nosso “Pai Soberano”
quero ter um filho amigo
pensando em mim neste dia,
lembrando este verso que deixo
ao modo próprio que digo;
pausado e com muita calma,
pondo uma guampa no queixo
de “água benta” pura e fria
esporeando o coração
e se um trago cai no chão
ali estará minh’alma!

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Anatomia política – 12 de Fevereiro de /2013



Dejanir Haverroth*

Como tudo no Brasil começa depois do carnaval, e eu também decidi aderir. Essa é a primeira coluna do ano de 2013. Vamos começar pela corrida ao governo de Rondônia - o assunto mais comentado nos bastidores da política.
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A pergunta é: Confúcio será mesmo candidato à reeleição? Já percorri duas vezes o Estado neste ano e ouvi isso de muitas pessoas por onde andei.  Em minha modesta opinião, Confúcio é candidatíssimo a reeleição e, pelo que tenho visto, não terá adversário a altura. Ouso até afirmar que não haverá segundo turno.
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Prova – Comecemos a ver quem NÃO É CANDIDATO. Ivo Cassol, que poderia representar perigo a reeleição de Confúcio certamente estará fora, degolado pela “Ficha Limpa”. Para se ter uma ideia, se as eleições fossem hoje, pelas pesquisas, Cassol teria vantagem sobre Confúcio, devido ao seu estilo personalista. Mas até as eleições é possível que isso mude, caso Confúcio consiga fazer a opinião pública entender que o fortalecimento das instituições é mais importante que a figura do político.
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Expedito Junior, outro com expressividade popular, certamente não será candidato, já que tem um contrato de prestação de serviços no valor de R$ 50 milhões por ano com o governo. Ainda pesa contra Expedito uma condenação que poderá deixa-lo fora. Não é vantagem (política ou financeira) para Expedito enfrentar Confúcio. Contudo, Expedito está buscando o apoio de Cassol para a empreitada.
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Essa avaliação é simples. Sem Cassol e nem Expedito Junior, sobram poucos adversários com respaldo popular para uma disputa ao governo. É só tirar a prova dos nove (Noves fora, sobra Confúcio). Então, quem são os possíveis adversários do PMDB ao governo em 2014?
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Adversário I - O PP, de Ivo Cassol poderá lançar um (a) candidato (a). Pode ser sua esposa, Ivone Cassol, ou seu irmão, Cesar Cassol, prefeito de Rolim. O mais provável é que seja Cesar. Mas, por enquanto, não é possível ver sucesso nessa empreitada. Cesar vai ter que fazer um trabalho muito bom em Rolim e repercutir no Estado todo, e para isso tem pouco tempo. Se esperar só pela transferência dos votos do Ivo, vai se decepcionar.
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Quanto à Ivone Cassol, as pesquisas do IRPE mostram que ela perde para Confúcio hoje, que sua popularidade deveria estar em alta e o governo não está bem perante a opinião pública. Daqui a um ano e meio, quando começar a campanha, Confúcio estará fortalecido e com larga vantagem. Ivone não terá chance.
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Adversário II – O PT provavelmente terá candidatura própria ao governo. Mas para isso conta com importantes alianças, como o PSB de Nazif (Porto Velho) e Jesualdo (Ji-paraná). O nome melhor do PT é o Deputado Federal Padre Ton, e a maior força virá da bandeira do próprio partido. Lula é um ícone e o palanque do partido estará muito forte na próxima eleição, que deve reeleger Dilma. Existe ainda a possibilidade de Hermínio Coelho(PSD) voltar ao PT e ser o candidato ao Governo.
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Adversário III – Existe uma grande possibilidade de o PDT romper com Confúcio e lançar candidatura ao governo. É um sonho da família Gurgacz e está nas mãos do Senador Acir. As chances de eleição dependem de vários fatores nesse percurso até a campanha. Primeiro é apostar nos erros de Confúcio, depois na capacidade de ganhar aliados. Um partido cobiçado é o PSB (o PSB é a noiva mais cobiçada por todos os partidos nessa campanha).
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Adversário IV – o PSD, partido mais novo do Brasil, deve ensaiar uma disputa ao governo em 2014. Com aliados em todos os municípios de Rondônia, a Assembleia Legislativa e dois pré-candidatos, os PSDistas certamente não entregarão o governo sem disputa. O Deputado Hermínio Coelho, presidente da ALE,  e o prefeito de Ouro Preto, Alex Testone, são os nomes do partido.
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O jogo – Para quem já é oposição, como o PP, PSD e PTB, a disputa é natural. Se perder a eleição, não terá grandes prejuízos, já que esteve cumprindo o seu papel natural na política. Mas para os aliados do governo, como o PDT, o PSB e o PT, caso venham para a disputa e percam, terão prejuízos graves. Como ensina Machiavel, tudo o que se faz durante uma disputa pode ser concertado se a batalha for vencida. Se for derrotado, até os amigos lhe virarão o rosto.
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Avulso – Outro partido que tem uma relativa representatividade é o PTB, de Nilton Capixaba. Mas o partido sofreu um golpe quase fatal com a queda de Valter Araújo. Capixaba terá que se organizar e escolher o lado certo, uma boa coligação, para se garantir na Câmara dos Deputados. Voto ele já provou que tem.
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Pesquisa – uma ampla pesquisa feita pelo IRPE em 32 municípios de Rondônia mostra a corrida para a câmara dos Deputados, para o Senado e para o Governo de Rondônia. Parte dessa pesquisa será publicada na versão impressa da Revista Enquete, na próxima semana. Esta coluna também fará uma análise dos dados e mostrará com detalhes as configurações para o Governo em 2014, com números.

Dejanir Haverroth – Jornalista e pesquisador
 (69) 9975-8514