Dejanir Haverroth*
As articulações para 2016 começaram em outubro do ano passado, logo
após as eleições estaduais. Mas as configurações mudam a cada episódio, como em
um novo embaralhar das cartas. O eleitor, infelizmente, ainda é passivo como um
expectador de teatro – só entende a peça quando se abrem as cortinas. Meu papel
aqui é abrir as cortinas antes da peça começar.
O pior período para qualquer prefeito é o final do segundo ano do
primeiro mandato. Quem sobreviveu até aqui tem chance de recuperar o prestígio
e pensar em reeleição. Mas alguns prefeitos não conseguirão, apesar da boa
vontade e honestidade. !7 prefeitos dos 52 de Rondônia fecham o segundo mandato
e não podem concorrer à reeleição. Dos 35 que que disputarão o segundo mandato,
apenas 21 deles demonstram reais chances de se reeleger. Os demais, ou mudam a estratégia ou
terão de contar com muita sorte.
Conesul
>>> Na região do Conesul, vamos começar por Cerejeiras. A
cidade está cheia de buracos por consequência das obras infraestrutura, mas a
população acredita no prefeito, Airton Gomes (PP), que deverá concorrer à
reeleição. Na área rural ele é imbatível. A oposição se articula em blocos
desassociados (rachada). De um lado o ex-prefeito Kleber, de outro o
ex-deputado Ezequiel Neiva, ambos do PMDB.
>>>Kleber tem problemas na justiça e pode ser impedido de
concorrer. Se isso acontecer a oposição deve se juntar a Ezequiel. Pedrinho do Taxi está fora do páreo. Se as
coisas continuarem como se desenham, Airton será mesmo um páreo duro para a
oposição. Basta ele concluir as obras iniciadas e se garante mais quatro anos
na administração.
>>> Em Colorado o prefeito Josemar Beato vai à reeleição e, ao
contrário da eleição passada, seu grupo terá oposição. O PMDB se preparar para
disputar, mas o nome ainda não foi definido. Vai ter que “nascer” um nome
politicamente viável dentro do partido, que agora tem uma deputada atuante e o
grupo dos Donadon’s vem com mais força. O PT também poderá lançar candidatura.
>>> Em Vilhena a situação pré-2016 é muito mais complexa. O
grupo do Rover é o mais fortalecido e tem um bom nome. Quem subestimar Gustavo
Valmorbida pode quebrar a cara. Gustavo tem carisma e é o homem forte da
prefeitura há seis anos. O povo gosta de líderes fortes. A oposição está
desarticulada. O Melki Donadon (PTB) não pode ser candidato e deve se lançar em
mais uma missão suicida – com ele ou outro nome da família (e não será o
vereador Junior, seu primo).
>>>Junior Donadon (PMDB) ainda não tem grupo, mas poderá se
articular até o ano que vem. Porém, se a família Donadon entrar na disputa
dividida, não terá chance. Outro grupo é do Luizinho Goebel (PV). É pouco
provável que Goebel se lance à prefeito. Não vi nenhuma movimentação dele neste
sentido.
>>> Em Rolim de Moura está tudo indefinido. Pelo que se pode
observar, o atual prefeito não será mais candidato. Está decepcionado com jogo
do poder. Existem cinco grupos se articulando para a disputa, mas nenhum se
destaca até o momento. O vice-prefeito, Luizão do Trento (PSDB), deve ser
candidato natural do grupo, caso Cesar desista. Outro nome, o atual presidente
da câmara, Juninho (PSD) também é cogitado nos bastidores da política de Rolim
de Moura.
>>> Ariquemes – A administração de Ariquemes está mal das
pernas. Lourival Amorim passa por uma grave crise de popularidade em sua
administração. Outros dois grupos começam a crescer e ameaçam a reeleição de
Amorim – o PMDB, com o jornalista Ricardo Scwantz, e o DEM, com o deputado
Adelino Follador.
>>> Ji-Paraná – O prefeito Jesualdo Pires está fazendo uma boa
administração, e não tem concorrente a altura para o próximo pleito. Sua hegemonia
só será ameaçada se ele demonstrar, com antecedência, seu interesse em uma
candidatura ao governo, em 2018. Aí o grupo do Gurgacz entra em cena e pode
lançar Marcos Rogério (PDT) à Prefeitura.
>>> Apoios: É cedo para medirmos o peso que cada grupo ou
partido terá para eleger seus prefeitos. O Brasil passa por uma crise de confiança
na política e nas instituições e ainda não sabemos quando e como isso vai
acabar. O único grupo de Rondônia cuja credibilidade ainda não foi abalada
nesses dias é o do Senador Acir Gurgacz (PDT).
Na próxima coluna falaremos de outros municípios - Jaru, Porto Velho,
Machadinho, Buritis, Cacoal, Guajará-Mirim, São Francisco e Costa Marques.
Dejanir Luiz Haverroth - Bacharel em Comunicação
Social, especialista em Ciências Políticas, especialista em Assessoria de
Comunicação, Trainer Internacional em PNL, Praticante de Coaching Quântico
Sistêmico e COACH Político – Certificados reconhecidos por três entidades
internacionais (Metaforum Internacional, Sociedade Internacional de PNL e
Associação de PNL da Alemanha).