Com direito a destaque na mídia nacional, a Ji-Paranaense Elisângela
Dell-Armelina Suruí , professora em uma escola rural indígena de Cacoal foi
eleita a Educadora do Ano, por seu projeto de alfabetização na língua indígena
Paiter Suruí.
Professora de Rondônia é grande vencedora do Prêmio Educador Nota 10
Elisângela Dell-Armelina Suruí, de 38 anos, foi premiada por seu
projeto de alfabetização na língua indígena Paiter Suruí em Cacoal.
Fonte: G1, Por Ana Carolina Moreno
Uma professora formada em pedagogia a distância e que trabalha em uma
escola rural indígena no interior de Rondônia foi eleita, na noite de
segunda-feira (30), a Educadora do Ano, por seu projeto de alfabetização na
língua indígena Paiter Suruí em Cacoal. Elisângela Dell-Armelina Suruí, de 38
anos, dá aulas na Escola Indígena Estadual de Ensino Fundamental e Médio
Sertanista Francisco Meireles.
O projeto de Elisângela, batizado de "Mamug Koe Ixo Tig", que
significa "A fala e a escrita da criança", incluiu a elaboração de um
material didático próprio em Paiter Suruí para os 15 alunos do 1º ao 5º ano do
ensino fundamental, que estudam todos na mesma sala multisseriada.
No total, a escola tem apenas 33 alunos e é uma de dez escolas
localizadas na terra indígena dos Suruí em Rondônia, que tem cerca de 1.800
habitantes. Terra que não é natal de Elisângela, mas adotiva.
Nascida em Ji-Paraná, em Rondônia, ela se mudou com seis anos com o
pai, caminhoneiro, e a madrasta, para o Sudeste. Até então, ela ainda não tinha
sido registrada. "Fui registrada com seis anos em Vila Valério, no
Espírito Santo." Ela se formou no ensino médio em terras capixabas, mas
voltou para o Norte com 20 anos, para a casa da bisavó, em Cacoal.
"Foi então que fiquei sabendo de uma oportunidade para ser
professora na comunidade."
Elisângela se mudou para a aldeia Nabeko D Abadakiba e se tornou parte
dela. Acabou se casando com um indígena, com quem três filhos, de 15, 12 e dois
anos.
Elisângela Dell-Armelina Suruí, de 38 anos, foi premiada por seu
projeto de alfabetização na língua indígena Paiter Suruí em Cacoal. (Foto: Carol Moreno / G1) Elisângela
Dell-Armelina Suruí, de 38 anos, foi premiada por seu projeto de alfabetização
na língua indígena Paiter Suruí em Cacoal.
(Foto: Carol Moreno / G1)
Elisângela Dell-Armelina Suruí, de 38 anos, foi premiada por seu
projeto de alfabetização na língua indígena Paiter Suruí em Cacoal. (Foto:
Carol Moreno / G1)
De monitora voluntária a professora titular
Quando se mudou para a aldeia, em 2001, Elisângela trabalhou na escola
de forma voluntária, como monitora de um professor. Depois da pressão dos
moradores para que ela tivesse uma formação na área, ela decidiu se matricular
na faculdade de pedagogia. Como na aldeia não existe nem faculdade, ela se
matriculou na graduação a distância na Unopar. E como na aldeia não tinha
internet, ela precisou percorrer a distância de 50 km até a cidade uma vez por
semana durante três anos e meio. "Eu fazia tudo de uma vez, em um dia
só."
A graduação, porém, serviu de trampolim para uma série de cursos de
formação continuada para professores indígenas do governo de Rondônia e também
uma pós-graduação em gestão, supervisão e orientação.
Material de apoio
O projeto "Mamug Koe Ixo Tig" surgiu
quand
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