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sexta-feira, 23 de fevereiro de 2018

Professora de aldeia indígena de Rondônia ganha prêmio Educador do Ano

Com direito a destaque na mídia nacional, a Ji-Paranaense Elisângela Dell-Armelina Suruí , professora em uma escola rural indígena de Cacoal foi eleita a Educadora do Ano, por seu projeto de alfabetização na língua indígena Paiter Suruí.

Professora de Rondônia é grande vencedora do Prêmio Educador Nota 10

Elisângela Dell-Armelina Suruí, de 38 anos, foi premiada por seu projeto de alfabetização na língua indígena Paiter Suruí em Cacoal.

Fonte: G1, Por Ana Carolina Moreno
Uma professora formada em pedagogia a distância e que trabalha em uma escola rural indígena no interior de Rondônia foi eleita, na noite de segunda-feira (30), a Educadora do Ano, por seu projeto de alfabetização na língua indígena Paiter Suruí em Cacoal. Elisângela Dell-Armelina Suruí, de 38 anos, dá aulas na Escola Indígena Estadual de Ensino Fundamental e Médio Sertanista Francisco Meireles.
O projeto de Elisângela, batizado de "Mamug Koe Ixo Tig", que significa "A fala e a escrita da criança", incluiu a elaboração de um material didático próprio em Paiter Suruí para os 15 alunos do 1º ao 5º ano do ensino fundamental, que estudam todos na mesma sala multisseriada.
No total, a escola tem apenas 33 alunos e é uma de dez escolas localizadas na terra indígena dos Suruí em Rondônia, que tem cerca de 1.800 habitantes. Terra que não é natal de Elisângela, mas adotiva.
Nascida em Ji-Paraná, em Rondônia, ela se mudou com seis anos com o pai, caminhoneiro, e a madrasta, para o Sudeste. Até então, ela ainda não tinha sido registrada. "Fui registrada com seis anos em Vila Valério, no Espírito Santo." Ela se formou no ensino médio em terras capixabas, mas voltou para o Norte com 20 anos, para a casa da bisavó, em Cacoal.
"Foi então que fiquei sabendo de uma oportunidade para ser professora na comunidade."
Elisângela se mudou para a aldeia Nabeko D Abadakiba e se tornou parte dela. Acabou se casando com um indígena, com quem três filhos, de 15, 12 e dois anos.
Elisângela Dell-Armelina Suruí, de 38 anos, foi premiada por seu projeto de alfabetização na língua indígena Paiter Suruí em Cacoal.  (Foto: Carol Moreno / G1) Elisângela Dell-Armelina Suruí, de 38 anos, foi premiada por seu projeto de alfabetização na língua indígena Paiter Suruí em Cacoal.  (Foto: Carol Moreno / G1)
Elisângela Dell-Armelina Suruí, de 38 anos, foi premiada por seu projeto de alfabetização na língua indígena Paiter Suruí em Cacoal. (Foto: Carol Moreno / G1)

De monitora voluntária a professora titular

Quando se mudou para a aldeia, em 2001, Elisângela trabalhou na escola de forma voluntária, como monitora de um professor. Depois da pressão dos moradores para que ela tivesse uma formação na área, ela decidiu se matricular na faculdade de pedagogia. Como na aldeia não existe nem faculdade, ela se matriculou na graduação a distância na Unopar. E como na aldeia não tinha internet, ela precisou percorrer a distância de 50 km até a cidade uma vez por semana durante três anos e meio. "Eu fazia tudo de uma vez, em um dia só."
A graduação, porém, serviu de trampolim para uma série de cursos de formação continuada para professores indígenas do governo de Rondônia e também uma pós-graduação em gestão, supervisão e orientação.
Material de apoio
O projeto "Mamug Koe Ixo Tig" surgiu quand

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