“Professores desmotivados, alunos abandonando cursos e equipamentos encaixotados há anos compõem um caldo negativo que derrama cada dia um pouco sobre acadêmicos, funcionários e corpo docente”.
O Laboratório de jornalismo que custou R$ 500 mil, encaixotado desde 2007 no Campus de Vilhena da Universidade de Rondônia (UNIR), ganhou novamente as manchetes na mídia. Desta vez o jornal Folha do Sul, edição impressa 869, em circulação nesde sábado, dia 09, deu destaque ao assunto com chamada de capa e ½ página de texto na página 15 do 1º caderno.
Segundo o texto, escrito pelo jornalista Carlos Macena, “A desmoralização do campus de Vilhena da UNIR caminha a passos largos com o despreparo administrativo e o desrespeito com o patrimônio Público. Professores desmotivados, alunos abandonando cursos e equipamentos encaixotados há anos compõem um caldo negativo que derrama cada dia um pouco sobre acadêmicos, funcionários e corpo docente”.
A matéria dá detalhes sobre o laboratório – equipamentos, custo e o desleixo da Universidade para com os equipamentos e alunos. Macena também fala dos conflitos existentes entre alunos, direção e professores a cerca do curso de jornalismo.
Se mergulharmos no passado da Unir, veremos a história de um outro laboratório que ficou encaixotado por dois anos antes de ser disponibilizado aos alunos. Foi o laboratório de informática, doado em 2002 pela prefeitura de Vilhena. Os 20 computadores mal começaram a serem usados e já estavam obsoletos.
O desleixo na Unir é uma antiga história que se desdobra a cada capítulo, cujo enredo inclui personagens bizarros e um ambiente hostil. O conjunto da obra poderia se chamar: “UNIR, o avesso do verbo”.
Diversos professores passaram pelo curso e foram embora. Uns por malandragem (passam no concurso e pediram transferência), outros não agüentaram a pressão, outros não sabiam para que serviam as salas de aula, outros deram aulas de redação sem conhecer texto jornalístico e forçavam alunos a transformarem fatos em textos científicos, traumatizando a muitos. Tem também o caso de Diretor que odiava jornalistas e trabalhou para que nada desse certo no curso de jornalismo.
Enquanto isso, os programas de rádio e TVs, tão criticados por professores da Unir, continuam sendo apresentados por jornalistas práticos, porque os formados pela Unir não estão preparados. Os jornais impressos e webjornais continuam sendo editados por profissionais forjados na prática, enquanto os jornalistas formados pela Unir estão em busca de concursos públicos, uns na área e outros não. Será que devemos acreditar naquele ditado: “Quem sabe faz, quem não sabe ensina”?