Anatomia Política – Ji-paraná, 07/02/2014
A suposta desistência de Confúcio Moura do pleito deste ano pode ser
uma estratégia para tira-lo dos holofotes da mídia negativa até que ele ganhe
um fôlego. Se for isso, pode ser um “tiro no pé” dado por seus marqueteiros. O
mais provável é que aconteça uma debandagem geral de seus possíveis aliados.
A dissimulação é uma das características de Confúcio. Ele sabe o que
quer, mas procura confundir seus adversários usando uma velha tática militar: a
“contrainformação”. Esse também é um conselho milenar, retirado do livro “A
arte da guerra”, de Sun Tzu. “Toda guerra se baseia no engano. Disponha de
sinais para despistar o inimigo...”. Confúcio pode mesmo estar fingindo para
dissimular. Finge até ter estratégia.
Quem espalhou a notícia de que Confúcio renunciaria é o deputado Amir
Lando. Talvez ele queira repetir o vexame de 2002, quando era o presidente do
partido em Rondônia e renunciou a candidatura ao governo e apoiou o PP, de
Natanael Silva. Foi, talvez, a pior burrada que ele fez. Depois daquela
tragédia ele nunca mais ganhou eleição. Assumiu uma vaga na Câmara Federal com
pífios oito mil votos graças ao afastamento de Natan Donadon.
O histórico do PMDB no poder em Rondônia desanima qualquer filiado.
Confúcio loteou o governo com seus adversários e deixou os companheiros com as
migalhas que caiam da mesa. Expedido,
que agora é candidato ao governo (mesmos se não fosse, jamais apoiaria Confúcio
nesse pleito) comeu à mesa com o governador e nomeou seus aliados para cargos
importantes e assessorias polpudas. Além do contrato de R$ 57 milhões com sua
empresa de vigilantes.
Se Confúcio jogar a toalha, resta apenas um nome no partido para
concorrer com chances de ganhar. Trata-se da deputada federal Marinha Raupp. Pessoas
próximas a ela garantem que Marinha repele a ideia. A família Raupp, embora
“dona” do PMDB de Rondônia, conseguiu sair ilesa desse mandato desastroso do
governo Confúcio. Não acho que seria uma boa ideia colocar Marinha no “olho do
furacão”.
A última cartada do PMDB e de Confúcio para uma candidatura viável a
governo em 2014 é segurar o PT oferecendo a vaga de vice. Nenhum dos outros
partidos que buscam essa vaga (PSB e PDT) agrega mais. O PT soma nos 52 municípios
e poderá usar os investimentos do Governo Federal no Estado como argumento de
campanha.
A vaga de vice do PMDB, para os Gorgacz, não foi uma boa escolha em
2010 e será pior agora. Os Gurgacz não estão bem na maioria dos municípios. Com
exceção de Ji-paraná, a casa deles. Além disso, terão uma oposição ferrenha de
taxistas, moto-taxistas, funcionários e muitos usuários do DETRAN. Esses
certamente debandarão para o Expedito ou para o PT.
O PSB, de Mauro Nazif, apelidado “Prefeito Zumbi” não soma a ponto de
merecer uma vaga de vice no PMDB. No maior colégio eleitoral do Estado, Porto
Velho, o PSB está em vertiginosa decadência por conta da administração
vexatória de Nazif. Assim como os Gurgacz, o PSB só vai somar mesmo em
Ji-paraná, onde o prefeito Jesualdo Pires faz um bom trabalho. Julio Olivar, ex
PCdoB e ex PMDB, agora PSB, vai lutar até o ultimo round para ser o vice de
Confúcio. Se depender do governador, já é!
Dejanir Haverroth
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