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sábado, 1 de fevereiro de 2014

Quem disse que novela da Globo não ensina?

Ontem eu assisti o final de uma novela, coisa que não faço há tempos. Comecei a ver essa belíssima obra, “Amor à vida”, há pouco mais de um mês. A princípio assisti para fins de estudar comportamentos, depois me afeiçoei pelas histórias de cada personagem. Cresço sempre que vejo bons filmes, boa música ou livros. Tento resistir à TV, mas sou seduzido de vez em quando. Não tenho vergonha de admitir: também cresço sempre que vejo uma boa novela.

Tenho visto críticas a novela “Amor à vida” nas redes sociais e outros veículos eletrônicos, por isso resolvi fazer um breve texto para mostrar contrapontos aos comentários negativos que li. Quero deixar claro que respeito opiniões de pessoas com mapas mentais diferentes do meu. Sei das limitações impostas pelas religiões ou outros valores ou paradigmas. 

Para entendermos a importância dessa obra, temos que entender o título: “Amor à vida”. O maior mandamento de todos é AMAR. Seja “Eros”, “filos” ou “ágape”, o amor é o único caminho para a felicidade plena. Pode-se ter todos os dons humanos e divinos, sem o amor de nada valem (bíblico). A novela conseguiu transmitir isso.

Vimos ali diversas histórias parecidas com as que vemos todos os dias no nosso convívio - homens, mulheres, heteros, gays, caretas, descolados, egoístas, altruístas, diferentes religiões, pessoas que cometem erros, outros com limitações físicas ou mentais. Nada do que se viu deveria ser censurado pelos telespectadores. No mínimo serviu para ampliar o “mapa” mental de quem assistiu, e aumentar a tolerância às diferenças. Aliás, vimos nessa novela, principalmente, a tolerância e o perdão.

Poucas pessoas sabem (se sabem não admitem) que o perdão é a maior demonstração de força, inteligência e superioridade que um humano pode demonstrar em sua vida. É também o maior remédio que existe para a saúde emocional, que influencia na prevenção de doenças cardíacas, canceres e outros males físicos e psíquicos. 

Nunca sabemos quando vamos ver nossos entes pela última vez, mesmo assim esquecemos o abraço, uma palavra de ânimo, um “eu te amo”. A cena que mais me emocionou foi quando os personagens “Felix” e seu pai “Cesar” sentaram-se à beira do mar e fizeram declaração de amor. Alguém conseguiu conter o choro? Naquele momento lembrei-me de meu pai.

Quando o “velho” se foi, em 14 /02/2013, faziam 50 dias que não nos víamos nem nos falávamos. Tivemos um breve desentendimento, por questões banais. Eu queria ter podido resolver isso antes de sua partida, mas eu esqueci que ele não era eterno. As vezes pensamos que as pessoas queridas nunca morrem e sempre somos surpreendidos com uma viagem sem despedidas. Pior ainda, sem perdão.

Eu e meu pai raramente conversamos sobre nossos sentimentos, emoções. Não o culpo. Ele apenas transmitiu o que aprendeu. Um “eu te amo” eu nunca disse a ele e nem ouvi dele. Tenho dificuldade até hoje de declarar amor a alguém, até aos meus filhos. Mas um dia vou conseguir. Estou buscando me melhorar como indivíduo e no convívio com os meus, estendendo isso aos ambientes sociais e profissionais.

Nenhuma lição dessa novela (muito bem escrita) deve ser ignorada, mas sim estudada com sabedoria e mente aberta. Estamos inaugurando a era da espiritualidade, e quem ignorar lições como estas vai carecer da tolerância e do perdão dos mais evoluídos. (ps: “espiritualidade” não é “religiosidade”. A espiritualidade amplia o entendimento, a religião, nem sempre).

Dejanir (Brasileiro da Silva) Haverroth



9 comentários:

  1. Isso mesmo primo. Concordo com cada palavra sua. Somos descendentes de alemaes que nao costumam expressar o que sentem com palavras. Esse Eu ti amo nos faltou na infancia e juventude e marcou a ponto de termos essa dificuldade em falar essa linda frase com espontaneidade. Parabens pelo texto . Adorei. Bjs da prima Sonia Haverroth de Mattos.

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  2. Lindo, simplesmente lindo!

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  3. Dejanir Haverroth, faz alguns anos que não nos vemos e nem nos falamos, mas estou aqui para parabenizá-lo pelas sábias linhas aqui deixadas e que sirva de legado para muitos que ainda vão ler. Concordo plenamente quando diz que a espiritualidade amplia nosso entendimento e não puramente a religião. Homens religiosos sempre existiram na história da humanidade e sempre vão existir. Mas homens espirituais existem poucos ainda. Não esqueçamos, foram homens religiosos que crucificaram Jesus Cristo.

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  4. Meu Amirmão (Amigo irmão), poucos como você. Belo texto. Fico feliz com o novo homem. Saúde, luz paz e amor pra ti e os teus. Pra mim também. Desejo um bom final de semana. Cara consegui concluir o trabalho de ontem era mais ou menos 21h; desculpe pela desatenção. agora quando vires poderei mostrar como ficou a obra. aBRAZos

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  5. se nos preocupassemos mais em tirar lições do que criticar, aprederiamos muito mais, tambem não sei falar eu te amo, acho que foi a criação, mas quem sabe um dia.

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  6. ...como dizia um homem sábio, o qual aprendi muito" A ESTRADA DA VIDA NÃO TEM RETORNO". Mas aprendi com o passar do tempo que todos os dias podemos fazer com que a VIDA seja muito mais BELA e interessante.
    Você esta no caminho certo. Eu ti AMO meu IRMÃO.

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  7. Texto muito iluminado. Parabéns, Dejanir.

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  8. Além de belo, texto iluminado. Parabéns, Dejanir.

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