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segunda-feira, 23 de maio de 2016

ATIVISMO AGRARIO: Um Brasil que poucos conhecem, mas todos julgam

ATIVISMO AGRARIO:

Um Brasil que poucos conhecem, mas todos julgam



Marginalizado pelas classes dominantes, o ativismo agrário ainda representa uma alternativa popular pela justiça no campo e nas cidades. O ativista Terrinha falou com exclusividade à Revista Enquete.

Por incrível que pareça, a luta por terra ainda é uma necessidade de milhares de famílias em Rondônia, onde existem milhares de hectares de terras públicas devolutas. Os sem-terra e os sem-teto disputam com grandes empresários e fazendeiros um pedaço de terra para viver.
Nesse contexto surgem líderes altruístas e corajosos que se posicionam a favor dos pequenos. Nesta edição conheceremos um ativista agrário que luta há 22 anos pelo direita à terra para os menos favorecidos. Pelo menos quatro mil famílias já foram beneficiadas graças ao ativismo liderado por Irailton Dáurea Souza, 41 anos, conhecido como Terrinha.
Ele não aceita que sua atividade seja chamada de “Grilo” ou “invasão”. O nome certo, segundo Terrinha, é “ocupação”. “Nosso trabalho é organizado e não tomamos nada de ninguém, por isso é justo o nome ocupação”, diz o ativista. Terrinha não age sozinho. Existe uma associação, fundada em Julho de 2015, onde deu suporte ao trabalho de Terrinha - Associação das Chacareiros e Produtores de Hortifrutigranjeiro Adelino Ramos – ACHAR.
As pessoas que acompanham Irailton não tomam posse de terras particulares, exceto em casos onde há negociação entre o proprietário e as famílias de sem-terra, para que o governo faça a devida desapropriação. Esse trabalho de intermediação é feito pela ACHAR. “Não acho justo tantas casa vazias e tantas pessoas sem terra. O Brasil está longe de ter uma reforma agrária justa.”, defende ele.
Cerca de 4 mil famílias já assentadas ou acampadas graças ao esse trabalho de Terrinha e
Entre assentamentos e acampamentos liderados por Terrinha somam 11 em Porto Velho, e 4 em Humaitá/AM.
Para quem pensa que um líder de movimentos se beneficiam com suas ações, Terrinha mora no bairro Areia Branca, Zona Sul, em um terreno que ganhou de sua mãe. O terreno ainda não está legalizado como tantas outras áreas na cidade de Porto Velho. Ele não tem nenhuma área própria, dentre tantas que ocupou.
Os movimentos agrários acreditam que mais de 80% das terras devolutas do Estado de Rondônia estão não mãos de poucas pessoas ricas, empresários, políticos ou fazendeiros, muitas vezes com documentação em nome de laranjas e a conivência de órgãos que deveriam proteger o patrimônio e fazer justiça. “Ocupamos terras e distribuímos às pessoas, enquanto os poderosos ocupam terras devolutas para tornar-se mais ricos ainda.”, protesta.

A ACHAR tem o apoio de outros movimentos sociais ligados aos Sem Tetos, Sem Terras e outros – que ele prefere não citar. A prefeitura de Porto Velho também tem dado o apoio ao movimento,


Quem é Terrinha?

Irailton Dáurea Souza nasceu em Porto Velho no ano de 1975. É filho de agricultores sem-terra e sem-teto. Desde a infância se deparou com a falta de uma casa para morar. Sua família não tinha casa, mas ele via as pessoas morando bem. Então começou a observar que outras pessoas também viviam na mesma situação de sua família.
Quando tinha 11 anos Irailton conheceu Raquel Candido, que mais tarde foi deputada federal por Rondônia. Raquel ofereceu um terreno para a sua mãe, e falou das injustiças sociais e de tanta terra que o Estado de Rondônia tem e das pessoas que não tem onde morar. Ali nasceu o seu desejo de lutar pelos desabrigados.
Durante a sua adolescência ele acompanhou a luta de algumas pessoas por terra para plantar e terrenos urbanos para moradia. Com 18 anos de idade iniciou sua militância nos movimentos sociais que tratavam de busca de terra. Estava decidido que esta seria a sua missão na vida.


Dona Rosana e André, chácara no Assentamento Adelino Ramos. No final da tarde eles tomam café no meio do mandiocal. Eles ganharam a chácara há cerca de quatro anos.



Anatomia Política - 20 de maio de 2016

Dejanir Haverroth
Os brasileiros assistiram de camarote a maior encenação teatral no Brasil dos últimos tempos – a votação do impeachment no congresso nacional (Câmara e Senado). O pior é que muitos aplaudiram, teleguiados pela mídia de massa. Entre as cenas mais bizarras do episódio macabro da história de nossa democracia, está a figura do deputado de Rondônia Lindomar Garçom. Foi trágico e ao mesmo tempo cômico. Durante todo o tempo da votação na câmara foi possível ver a cara de suricato do Garçom procurando as lentes das câmeras. Foi motivo de chacota no Brasil e no exterior. Um mico em cadeia mundial.
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Os rumos da disputa para a prefeitura de Porto Velho ainda é uma incógnita até para os mais experientes analistas. Quem liderava as pesquisas no final do ano passado era a Mariana Carvalho. Mas ela diz que não será candidata. Segundo ela própria, estaria morando em São Paulo e ocupada com os estudos. Mesmo dizendo que está fora do páreo, a jovem deputada está “apanhando” nas redes sociais. Os prefeitos da região querem saber onde estão as emendas de recursos que ela prometeu.
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Outro “prefeitável” de Porto Velho que está “apanhando” é o deputado Ribamar Araújo. Ele se aproveitou da “janela” e trocou o PT pelo PR. Acontece que sua base eleitoral é (era) o Partido dos Trabalhadores, e a “petezada” não aceita traidores e pelegos. Esses são os adjetivos atribuídos a ele pelos seus ex-companheiros.  Ele terá que formar outra base se quiser permanecer com mandato na política. Os vereadores Wildes e Bengala, que seguiram o deputado, podem não se reeleger.
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Em Ariquemes a disputa maior nesse período de pré-campanha é nos bastidores. No PMDB, com a chegada de Tiziu Jidalias, as cartas foram reembaralhadas. O Delegado Thiago Flores seria o candidato mais forte do partido, mas Tiziu está bem articulado e tem o apoio do Deputado Adelino Follador (DEM). Ainda existe uma corrente do PMDB que defende a união do partido com o atual prefeito, Lourival Amorim. Do outro lado, livre dessa queda de braço, está a ex-prefeita Daniela Amorim como principal adversária de oposição.
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Em Ji-Paraná a disputa ficará entre o PDT, PMDB e PSDB. A julgar pelo grupo, o PDT de Marcito Pinto deve sair mais forte para a disputa. Ele conta com a força dos Gurgacz e do PSB de Jesualdo Pires. A julgar pela popularidade, qualquer um dos candidatos pode ser eleito: Solange Pereira, Alexandre do Hotel, Marcito Pinto ou até mesmo o recém chegado Laerte Gomes, deputado e ex-prefeito de Alvorada.
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Em Vilhena, a chegada do Japonês da Granja como a alternativa que faltava para o grupo que se opões aos Donadon causou alvoroço. O produtor de ovos Eduardo da Granja surpreendeu no momento que colocou seu nome a apreciação popular, no início do mês de maio. Ele é filiado ao PV e tem o apoio do Deputado Luizinho Goebel. Em torno de sua pré-candidatura já existem cerca de 15 partidos aliados.
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O PMDB nacional vai apanhar feito burro de carroça nos próximos meses. Mas em Rondônia a situação é diferente. Com a habilidade política do Senador Valdir Raupp e seus companheiros Dr. Lenzi e Tomaz Correia, o partido aproveitou a “janela partidária” do mês de março e multiplicou forças. Trouxe para o partido várias lideranças políticas de peso no Estado. Entre eles o Presidente da Assembleia legislativa (ALE), Maurão de Carvalho, os deputados Lebrão e Glaucione, os prefeitos Lebrinha e Alex Testone, dentre outros nomes fortes.
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Por que sou contra o impeachment?

Muitos me perguntam o porquê de eu defender o governo Dilma nas redes sociais (eles entendem que, por eu ser um profissional dos bastidores da política, deveria ficar neutro e “puxar o saco” de todos). Eu respondo o seguinte. “Não sou pelego e não serei covarde nesse momento em que a nossa democracia mais precisa. Consigo ver além do que a grande mídia se interessa em mostrar e sei que a história vai me dar razão.

Não quero que, no futuro, quando meus netos lerem esse capítulo negro de nossa história e tomarem conhecimento do grande equívoco cometido por nossa justiça, pelos representantes políticos e pela mídia, me vejam como um traidor da pátria, um pelego. Tenho, como profissional da comunicação e da política, a obrigação de entender o momento e me posicionar com ética e sabedoria. Considero esse impeachment um golpe contra a democracia!


Porém, sou um profissional com ética e compromisso com meus clientes. Consigo separar a minha ideologia política do meu trabalho. Oriento com facilidade e lealdade qualquer político que me contrate, independentemente de partido. Isso eu sempre fiz, inclusive nesse momento turbulento. Não há conflitos de identidade - quando sou profissional lanço mão das técnicas, das ferramentas, da verdade do cliente e da minha ética; enquanto cidadão, não abro mão de minhas verdades, meus valores e minha ideologia.